O jornalista Sérgio Porto [ Stanislaw Ponte Preta ] chamou a televisão de
"máquina de fazer doido". Muitos dizem que a televisão vem melhorando,
pode ser. Com fartas opções, nem tudo está no contexto das novelas e dos
filmes puramente comerciais. Diante disso, fico com a reflexão de Roland
Barthes:
" A bobagem seria o caroço duro e insecável, um primitivo: não é possível
decompô-la cientificamente [ se uma análise científica da bobagem fosse
possível, toda a TV desmoronaria ]. O que é ela? Um espetáculo, uma
ficção estética, talvez um fantasma? Talvez tenhamos vontade de nos
incluir no quadro? É belo, é sufocante, é estranho; e da bobagem, eu
não teria o direito de dizer, em suma, senão o seguinte: que ela me
fascina. A fascinação seria o sentimento justo que deve inspirar-me
a bobagem [ se chegarmos a pronunciar seu nome ]: ela me estreita
[ ela é intratável, ninguém a barra, ela nos pega na brincadeira de mão ]".
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